sexta-feira, 11 de março de 2011

Mercado de trabalho para mulheres no RN ainda é desigual

Rio Grande Do Norte
Para discutir a situação das mulheres no mercado de trabalho, o Governo do Estado, através da Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social - Sethas, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - Dieese promoveu o Seminário "As Mulheres no Mercado de Trabalho do RN", na manhã desta sexta-feira, 11.

Os dados apresentados pela economista Maria Virgínia Ferreira Lopes, integrante do Observatório do Trabalho no RN / Dieese, revelam que apesar de apresentarem maior grau de instrução – são 52,7% com ensino superior incompleto e 60,6% com ensino superior completo – as mulheres são menos absorvidas pelo mercado de trabalho e, quando empregadas, ganham menos, geralmente ocupadas em funções de nível mais baixo.

Da mudança de perfil na sociedade, de 2001 a 2009, a proporção de famílias chefiadas por mulheres subiu cerca de 36%. Apesar de mais de um terço das famílias do Rio Grande do Norte terem como chefe uma mulher, muitas ainda vivem na solidão e na pobreza. “Ainda temos outros dados que nos dão preocupação, como o fato de 60% das mulheres do Rio Grande do Norte não contribuírem com a Previdência”, acrescentou Virgínia.

Outro ponto que chamou a atenção foi a quantidade de mulheres no serviço público; 58% dos funcionários públicos que atuam no RN são do sexo feminino. Para o secretário Luiz Eduardo Carneiro, o crescimento das ofertas de emprego deve acontecer, mas com foco na qualidade dos postos de trabalho oferecidos. “Não sou pessimista, já houve avanços, mas isso é uma questão cultural. Há uma ideia de que o homem é mais rápido e a mulher mais lenta, isso não existe. Queremos fazer políticas públicas para as mulheres, mas não políticas assistencialistas. Queremos trabalhar a inclusão social produtiva”, disse o secretário.

Segundo Jonny Costa, Superintendente Regional do Ministério do Trabalho, subir os índices de emprego no Rio Grande do Norte é possível e deve ser feito principalmente através da qualificação profissional. “Há recursos disponíveis do Ministério do Trabalho e do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), mas os governos estaduais e municipais devem apresentar projetos para receberem esses recursos”, explicou Jonny Costa.

Para Ana Tânia Sampaio, secretária adjunta de Estado da Saúde Pública, que representou a governadora Rosalba Ciarlini no evento, é necessário também trabalhar a auto-estima das mulheres.

“No plano de governo de Rosalba Ciarlini, enquanto ainda candidata, há a proposta de uma política intersetorial de fortalecimento de políticas públicas voltadas para as mulheres; são políticas de atenção à mulher, não de assistencialismo”, observou a Secretária. Ainda de acordo com Ana Tânia, o novo plano de atenção para mulheres já está com data para ser lançado pelo Governo do Estado. “Em conversa com a Governadora já falamos do lançamento, que será em maio”, anunciou.

Virgínia Ferreira afirmou que a pesquisa mostra norteamentos e bases para que políticas públicas de inclusão e atenção sejam formuladas. “Nós estamos aqui juntos para lutar e formular políticas para combater as desigualdades”, disse ela.


De acordo com o secretário da Sethas, Luiz Eduardo Carneiro, o processo de discriminação da mulher no mercado de trabalho é histórico e precisa mudar. “O Brasil foi formado a partir de uma sociedade patriarcal e escravocrata. Já temos muitos avanços para a mulher, mas as mudanças não acontecem num piscar de olhos”, disse. 
fonte: Seriso Potigua

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